FÉ

Como estou me saindo na convivência com pessoas? Se tiver alguma reclamação a fazer, eu não sei com quem você deverá falar... sei com quem você não deverá falar: comigo. 

Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia

Eu não encho mais a casa de alegria

Os anos se passaram enquanto eu dormia

E quem eu queria bem me esquecia

A minha convivência com pessoas nunca foi boa e ultimamente tem sido péssima. Estou pensando seriamente em não prestar mais atenção nas pessoas. Apenas ouvi-las com respeito e consideração, porém não pensar mais no que elas dizem e nem tentar fazer alguma coisa pela opinião delas. Tenho a nítida sensação de que corro o sério risco de insanidade se tentar entender as pessoas. Não quero entender ninguém. Preciso continuar sã. Preciso continuar viva até o fim natural.

Será que eu falei o que ninguém ouvia

Será que eu escutei o que ninguém dizia

Eu não vou me adaptar, me adaptar

O tempo vai passando e eu vou percebendo que nada muda e se muda é para pior... parece que as pessoas não querem mudar, não querem fazer algo pela própria vida, a discussão é interminável e não se chega a nenhum lugar. E, enquanto isso, eu vou me desconhecendo cada vez mais e tendo certeza de que, nesta vida, eu não fui suficiente boa em nada.

Eu não tenho mais a cara que eu tinha

No espelho, essa cara já não é minha

É que quando eu me toquei achei tão estranho

A minha barba estava deste tamanho

Se manter viva neste mundo cheio de pessoas egoístas e confusas é mais difícil do que nascer. 

E hoje, no Plantão, recebi uma mensagem do pessoal do Canto Cidadão onde estava escrito "nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez." Só não podemos perder a Fé. Como diz o Lero Batera, "A Fé ri das impossibilidades..."