"Cantar é mover o dom do fundo de uma paixão
Seduzir
As pedras, catedrais, coração
Amar é perder o tom nas somas da ilusão
Revelar todo sentido
Vou andar, vou voar pra ver o mundo
Nem que eu bebesse o mar encheria o que eu tenho de fundo
Vou andar, vou voar pra ver o mundo
Nem que eu bebesse o mar encheria o que eu tenho de fundo
Vou andar, vou voar pra ver o mundo"
Nem que eu bebesse o mar encheria o que eu tenho de fundo
Isto é bem adolescente... não conseguir preencher aquele vazio, ter vontade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo... não caber dentro de casa. Eu fui um pouco assim. Mas eu curti a minha vida, minhas fases.
Lábios que beijei
Mãos que afaguei
Numa noite de luar, assim,
O mar na solidão bramia
E o vento a soluçar, pedia
Que fosses sincera para mim.
Nada tu ouviste
E logo que partiste
Para os braços de outro amor.
Eu fiquei chorando
Minha mágoa cantando
Sou estátua perenal da dor.
Passo os dias soluçando com meu pinho
Carpindo a minha dor, sozinho
Sem esperanças de vê-la jamais
Deus tem compaixão deste infeliz
Porque sofrer assim
Compadei-vos dos meus ais.
Tua imagem permanece imaculada
Em minha retina cansada
De chorar por teu amor.
Lábios que beijei
Mãos que afaguei
Seduzir
As pedras, catedrais, coração
Amar é perder o tom nas somas da ilusão
Revelar todo sentido
Vou andar, vou voar pra ver o mundo
Nem que eu bebesse o mar encheria o que eu tenho de fundo
Vou andar, vou voar pra ver o mundo
Nem que eu bebesse o mar encheria o que eu tenho de fundo
Vou andar, vou voar pra ver o mundo"
Nem que eu bebesse o mar encheria o que eu tenho de fundo
Isto é bem adolescente... não conseguir preencher aquele vazio, ter vontade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo... não caber dentro de casa. Eu fui um pouco assim. Mas eu curti a minha vida, minhas fases.
Lábios que beijei
Mãos que afaguei
Numa noite de luar, assim,
O mar na solidão bramia
E o vento a soluçar, pedia
Que fosses sincera para mim.
Nada tu ouviste
E logo que partiste
Para os braços de outro amor.
Eu fiquei chorando
Minha mágoa cantando
Sou estátua perenal da dor.
Passo os dias soluçando com meu pinho
Carpindo a minha dor, sozinho
Sem esperanças de vê-la jamais
Deus tem compaixão deste infeliz
Porque sofrer assim
Compadei-vos dos meus ais.
Tua imagem permanece imaculada
Em minha retina cansada
De chorar por teu amor.
Lábios que beijei
Mãos que afaguei
Cresci ouvindo Orlando Silva no quartinho/oficina de meu pai, pois ele era alfaiate e trabalhava em casa. Era um privilégio ter o pai e a mãe em casa... cuidando de mim. A gente ouvia rádio, era um rádio muito grande, amarelo que só tinha AM. Um dos primeiros rádios fabricados. Eu ficava ali com meu pai quando não estava brincando na rua. Ficava recortando desenhos que eu mesma desenhava em tesouras enormes de cortar tecidos, afinal meu pai fazia jaquetões e ternos, e era o melhor. Ele era preferido por vários clientes que já conheciam a maneira cuidadosa e dedicada de costurar de "Seu" Armando, e só queriam ternos feitos por ele. Ele era o melhor. Melhor pai, melhor marido, melhor alfaiate, melhor ser humano e melhor paciente.
Vivi minha infância. Eram muitas crianças onde eu morava... uma verdadeira folia! Brincávamos o dia inteiro até anoitecer. Tive uma infância feliz. Quando Adolescente, fui muito melancólica. Gostava de ficar sozinha escrevendo meus pensamentos, poesias, coisas que aconteciam comigo, desenhar, ouvir música no último volume no meu quarto... meus pais nunca implicaram comigo. Ouvia meu rockzinho antigo que nunca teve perigo de assustar ninguém. Cabeça no lugar, estudiosa mas não exímia aluna... na média. Meus pais nunca precisaram me falar quando estudar ou me cobrar nada. Nunca precisaram me falar o que era certo ou errado. Eu sempre fui "cabeça"
A vida transcorreu até que eles morreram e me deixaram... minha mãe quando eu tinha 18 anos e meu pai quando eu tinha 21 anos. Eu não fui embora de casa, eles foram... parece triste e realmente é, mas faz parte da vida a eterna mudança. Nada é eterno e nada é igual todo o dia, só aparenta ser. Temos que ter fé e pedir a Deus que as pessoas que amamos fiquem bem e tenham saúde... por isto o meu lema "é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar prá pensar, na verdade não há" ... o que será que será não cabe a nó nos preocuparmos, precisamos viver o minuto que temos, pois é tudo o que realmente temos!
A casa ficou vazia demais mas era onde eu morava. Tudo ficou ali. O rádio amarelo, o carro, o rádio novo do papai, a máquina de costura, o ferro, linhas e agulhas, réguas e cabides, fitas K-7, roupas, documentos... o tempo passa e a saudade aumenta. As pessoas morrem mas a gente continua precisando delas... será que elas realmente morrem quando não têm mais nada para fazer aqui?
Na vida, nada é por acaso. Ser filha dos pais que temos, ter os irmãos que temos... filhos, amigos... companheiro, nada é por acaso. E até esta situação que eu passei não poderia ser por acaso. As coisas acontecem para que possamos evoluir espiritualmente. Tudo é em função disto. EVOLUÇÃO ESPIRITUAL. Claro que evoluir materialmente também é bom, traz conforto... mas não é tudo.
Fiquei grávida e a minha vida mudou. Voltei a cuidar de mim, fiz o enxoval do bebê e fiquei muito feliz principalmente quando soube que era um menino... tudo o que eu queria. E cuidei dele. Isto ajudou a abrandar a saudade. Daniel, meu primeiro filho é para mim um orgulho. Sempre foi companheiro, amigo, sensível e sempre me achou linda... aquela coisa de "mulher mais linda do mundo" um ótimo garoto, responsável desde pequeno, ótimo filho, bom aluno, sempre fomos muito amigos e temos uma cumplicidade muito grande. Nunca tive problemas com ele como não tenho até hoje. Quando ele nasceu eu tinha 24 anos. Tentei conviver com o pai dele por dois anos, mas não deu certo e, aos 27 anos ficamos só eu e ele. Tive medo de não conseguir, mas consegui! Morei na casa de meu pai por quatro anos e depois vendi e comprei um apartamento na Vila Prudente onde moro há dezesseis anos.
Das dores de amores
O tempo passou muito rápido, mas não tanto para evitar que eu sofresse de dores de amores... Na infância um sonho de criança: Roberto. Na adolescência eram os amores platônicos Rinaldo, Rui. Aos dezessete anos o primeiro amor com namoro: Robson... mas ele era irresponsável, usava drogas... se perdia por aí e ficava dias fora de casa. Meu pai era contra. Foi a única situação em que meu pai foi contra até eu desistir. E eu desisti, apesar de gostar muito dele... isso durou até meus 19 anos... quando minha mãe morreu e meu pai se viu tendo que cuidar de mim sozinho e me deu um ultimato. Eu obedeci. Desde muito nova sempre soube que meus verdadeiros amigos, que realmente me amavam e queriam minha felicidade eram meus pais, minha família. Aos vinte comecei a trabalhar e conheci o pai do Daniel e o relacionamento durou até 1993. No ano seguinte me mudei para a Vila Prudente. Em 1995 comecei a ter um amigo muito amigo mesmo chamado Dely. A gente vivia junto, onde estava um estava o outro. Ele parecia meu guarda-costas. Eu já tinha trinta anos e não tinha mais idade para amores platônicos... arcamos com as consequências de nossas escolhas, mas a vida é um eterno risco. E sempre sofremos um pouco quando nos deixamos cativar.
As pessoas me falavam que eu tinha que sair, conhecer algúem, namorar... não. Sempre pensei que aquilo que tem que acontecer, acontece. Este tipo de coisa a gente não procura... vem até nós.
No ano novo de 1999 fiz um desejo à meia noite, à beira mar: desejei conhecer alguém do signo de touro. Que já tivesse sido casado, pois assim já teria uma experiência de convivência a dois. Que fosse pai, pois entenderia a minha situação de ter um filho. Que fosse um homem próximo ao que meu pai (meu parâmetro de ser humano) foi.
E no meio de tanta gente eu encontrei você
Entre tanta gente chata sem nenhuma graça, você veio
E eu que pensava que não ia me apaixonar
Nunca mais na vida
Eu podia ficar feio só perdido
Mas com você eu fico muito mais bonito
Mais esperto
E podia estar tudo agora dando errado pra mim
Mas com você dá certo
Por isso não vá embora
Por isso não me deixe nunca nunca mais
Por isso não vá, não vá embora
Por isso não me deixe nunca nunca mais
Eu podia estar sofrendo caído por aí
Mas com você eu fico muito mais feliz
Mais desperto
Eu podia estar agora sem você
Mas eu não quero, não quero
Por isso não vá embora
Por isso não me deixe nunca nunca mais
Por isso não vá, não vá embora
Por isso não me deixe nunca nunca mais
Esta música era tudo o que eu pensava na época... parece que fizemos a letra juntas... muitas músicas dela são assim, como se estivessemos vivendo coisas simultaneamente e ela, com seu talento, coloca em letras de música meus sentimentos.
E o Marcos chegou... finalmente! Quanto tempo esperei por ele... a minha vida toda desde menina até os trinta e três anos, quando nos conhecemos... E eu que pensava que não ia me apaixonar nunca mais na vida...
Vivi minha infância. Eram muitas crianças onde eu morava... uma verdadeira folia! Brincávamos o dia inteiro até anoitecer. Tive uma infância feliz. Quando Adolescente, fui muito melancólica. Gostava de ficar sozinha escrevendo meus pensamentos, poesias, coisas que aconteciam comigo, desenhar, ouvir música no último volume no meu quarto... meus pais nunca implicaram comigo. Ouvia meu rockzinho antigo que nunca teve perigo de assustar ninguém. Cabeça no lugar, estudiosa mas não exímia aluna... na média. Meus pais nunca precisaram me falar quando estudar ou me cobrar nada. Nunca precisaram me falar o que era certo ou errado. Eu sempre fui "cabeça"
A vida transcorreu até que eles morreram e me deixaram... minha mãe quando eu tinha 18 anos e meu pai quando eu tinha 21 anos. Eu não fui embora de casa, eles foram... parece triste e realmente é, mas faz parte da vida a eterna mudança. Nada é eterno e nada é igual todo o dia, só aparenta ser. Temos que ter fé e pedir a Deus que as pessoas que amamos fiquem bem e tenham saúde... por isto o meu lema "é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar prá pensar, na verdade não há" ... o que será que será não cabe a nó nos preocuparmos, precisamos viver o minuto que temos, pois é tudo o que realmente temos!
A casa ficou vazia demais mas era onde eu morava. Tudo ficou ali. O rádio amarelo, o carro, o rádio novo do papai, a máquina de costura, o ferro, linhas e agulhas, réguas e cabides, fitas K-7, roupas, documentos... o tempo passa e a saudade aumenta. As pessoas morrem mas a gente continua precisando delas... será que elas realmente morrem quando não têm mais nada para fazer aqui?
Na vida, nada é por acaso. Ser filha dos pais que temos, ter os irmãos que temos... filhos, amigos... companheiro, nada é por acaso. E até esta situação que eu passei não poderia ser por acaso. As coisas acontecem para que possamos evoluir espiritualmente. Tudo é em função disto. EVOLUÇÃO ESPIRITUAL. Claro que evoluir materialmente também é bom, traz conforto... mas não é tudo.
Fiquei grávida e a minha vida mudou. Voltei a cuidar de mim, fiz o enxoval do bebê e fiquei muito feliz principalmente quando soube que era um menino... tudo o que eu queria. E cuidei dele. Isto ajudou a abrandar a saudade. Daniel, meu primeiro filho é para mim um orgulho. Sempre foi companheiro, amigo, sensível e sempre me achou linda... aquela coisa de "mulher mais linda do mundo" um ótimo garoto, responsável desde pequeno, ótimo filho, bom aluno, sempre fomos muito amigos e temos uma cumplicidade muito grande. Nunca tive problemas com ele como não tenho até hoje. Quando ele nasceu eu tinha 24 anos. Tentei conviver com o pai dele por dois anos, mas não deu certo e, aos 27 anos ficamos só eu e ele. Tive medo de não conseguir, mas consegui! Morei na casa de meu pai por quatro anos e depois vendi e comprei um apartamento na Vila Prudente onde moro há dezesseis anos.
Das dores de amores
O tempo passou muito rápido, mas não tanto para evitar que eu sofresse de dores de amores... Na infância um sonho de criança: Roberto. Na adolescência eram os amores platônicos Rinaldo, Rui. Aos dezessete anos o primeiro amor com namoro: Robson... mas ele era irresponsável, usava drogas... se perdia por aí e ficava dias fora de casa. Meu pai era contra. Foi a única situação em que meu pai foi contra até eu desistir. E eu desisti, apesar de gostar muito dele... isso durou até meus 19 anos... quando minha mãe morreu e meu pai se viu tendo que cuidar de mim sozinho e me deu um ultimato. Eu obedeci. Desde muito nova sempre soube que meus verdadeiros amigos, que realmente me amavam e queriam minha felicidade eram meus pais, minha família. Aos vinte comecei a trabalhar e conheci o pai do Daniel e o relacionamento durou até 1993. No ano seguinte me mudei para a Vila Prudente. Em 1995 comecei a ter um amigo muito amigo mesmo chamado Dely. A gente vivia junto, onde estava um estava o outro. Ele parecia meu guarda-costas. Eu já tinha trinta anos e não tinha mais idade para amores platônicos... arcamos com as consequências de nossas escolhas, mas a vida é um eterno risco. E sempre sofremos um pouco quando nos deixamos cativar.
As pessoas me falavam que eu tinha que sair, conhecer algúem, namorar... não. Sempre pensei que aquilo que tem que acontecer, acontece. Este tipo de coisa a gente não procura... vem até nós.
No ano novo de 1999 fiz um desejo à meia noite, à beira mar: desejei conhecer alguém do signo de touro. Que já tivesse sido casado, pois assim já teria uma experiência de convivência a dois. Que fosse pai, pois entenderia a minha situação de ter um filho. Que fosse um homem próximo ao que meu pai (meu parâmetro de ser humano) foi.
E no meio de tanta gente eu encontrei você
Entre tanta gente chata sem nenhuma graça, você veio
E eu que pensava que não ia me apaixonar
Nunca mais na vida
Eu podia ficar feio só perdido
Mas com você eu fico muito mais bonito
Mais esperto
E podia estar tudo agora dando errado pra mim
Mas com você dá certo
Por isso não vá embora
Por isso não me deixe nunca nunca mais
Por isso não vá, não vá embora
Por isso não me deixe nunca nunca mais
Eu podia estar sofrendo caído por aí
Mas com você eu fico muito mais feliz
Mais desperto
Eu podia estar agora sem você
Mas eu não quero, não quero
Por isso não vá embora
Por isso não me deixe nunca nunca mais
Por isso não vá, não vá embora
Por isso não me deixe nunca nunca mais
Esta música era tudo o que eu pensava na época... parece que fizemos a letra juntas... muitas músicas dela são assim, como se estivessemos vivendo coisas simultaneamente e ela, com seu talento, coloca em letras de música meus sentimentos.
E o Marcos chegou... finalmente! Quanto tempo esperei por ele... a minha vida toda desde menina até os trinta e três anos, quando nos conhecemos... E eu que pensava que não ia me apaixonar nunca mais na vida...
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