Hoje eu vou fugir de casa
Vou levar a mala cheia de ilusão
Vou deixar alguma coisa velha
Esparramada toda pelo chão
Vou correr num automóvel
Enorme, forte, a sorte, a morte a esperar
Vultos altos e baixos
Que me assustavam só em olhar
Pra onde eu vou, ah
Pra onde eu vou, venha também
Pra onde eu vou, venha também
Pra onde eu vou
Faróis altos e baixos
Que me fotografam a me procurar
Dois olhos de mercúrio
Iluminam meus passos a me espionar
O sinal está vermelho
E os carros vão passando
E eu ando, ando, ando...
Minha roupa atravessa
E me leva pela mão
Do chão, do chão, do chão...
Quantas vezes eu fugi de casa... acho que desde meus 5 anos eu ameaçava fugir de casa, ir embora... porque ninguém gostava de mim, eu não gostava mais de ninguém... aiai.
E hoje eu senti vontade de fugir de casa novamente... Isto me fez lembrar dos dias no Centro Cultural São Paulo, da turma da favela, das livrarias e de como eu sempre fui rata de livraria, rata de museu... rata da arte...e das noites, quando eu ficava sozinha sentada lá no alto, olhando os carros que passavam na 23 de maio, com seus faróis acesos, ofuscando meus olhos. E eu sempre sozinha. Dos dias de frio, do outono e dos infinitos pores de sol que eu assisti no terraço de casa.Mas são outras lembranças...
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